Uma mudança bastante consistente já foi percebida no mercado imobiliário depois da eclosão da pandemia em todo o mundo. Com o home office forçado e adaptação das empresas a essa nova realidade, como ficam as mega lajes corporativas? E os escritórios com centenas de funcionários?

Esse certamente tem sido o tema de discussões entre muitas empresas, locatários e empresas de comercialização e gerenciamento de imóveis. Embora o cenário ainda esteja em adaptação, é possível traçar alguns caminhos possíveis.

Em conversa com o NDEV, Mônica Barboza Paes de Barros, especializada no mercado de Corporativos, falou sobre os estudos que foram iniciados após a pandemia para avaliar o índice de ocupação (ou desocupação) de imóveis comerciais em grandes centros urbanos.

“O home office virou obrigatoriedade nas empresas, que precisaram adotar essa cultura no susto. Agora, o conceito de ‘any where office’ é geral”, comenta Mônica, que destaca o resultado de algumas pesquisas sobre o segmento.

– 66% das empresas não tinham implementado a prática do home office. Em dois meses, elas adaptaram toda a parte de segurança de dados, técnica e equipamentos para todos trabalharem de casa;

– Desses colaboradores, 84% dos que adotaram o home office aprovam essa modalidade de trabalho;

– 74% das empresas pretendem adotar, manter ou ampliar políticas de home office;

– 29% dos executivos dizem que suas empresas devem reduzir espaço no futuro devido ao sucesso home office.

“Uma tendência que deve se consolidar é a adoção do modelo híbrido de trabalho, adotando rodízios. Metade dos funcionários ficará em casa enquanto a outra metade vai para a empresa”, conta a executiva, enfatizando que, atualmente, o contrato de grande parte dos escritórios está sendo renegociado.

“Com as regras de distanciamento social, as empresas precisarão se adaptar para alocarem cada colaborador em 12 metros por posição [antes tínhamos 7 por posição]. Isso faz com que onde cabiam 100 pessoas, agora caberão 50”, enfatiza Mônica, que também destaca a economia de quase 30% das grandes lajes e escritórios com a redução da área utilizada.

Sobre os projetos residenciais, ela propõe uma reflexão sobre a mudança de perspectiva do consumidor, que agora busca um escritório confortável e funcional em casa em vez da famosa “varanda gourmet”.

“Também teremos uma grande adaptação de grandes edifícios corporativos, que poderão englobar laje corporativa, zona residencial e um coworking. Bastaria a pessoa pegar o elevador para trabalhar”, explica a executiva, que prevê um grande crescimento dos coworkings nos próximos anos por contarem com flexibilidade de contratos e modelos híbridos de negócio, como outsourcing de escritório para empresas.

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