Equipe NDEV

Um cenário de incertezas atingiu em cheio todo o planeta diante da pandemia de COVID-19. O varejo, em especial, tem sofrido mais fortemente as consequências e ainda não é possível traçar estimativas do impacto sobre os negócios. O que se sabe, por ora, é que o desemprego e uma forte crise estão batendo à porta.

Na Europa, o cenário assusta. Estima-se que boa parte dos cidadãos de Espanha e Itália, ao final da pandemia, esteja desempregado. Trabalhadores informais também devem sofrer bastante.

Por aqui, varejistas e shopping centers tentam chegar a um acordo para que o prejuízo não seja tão grande. Os strip malls, como todo comércio de rua, sofrerão com a crise. Entretanto, eles ainda têm a vantagem de englobarem mais as atividades de conveniência e serviços. Dessa forma, ainda há receita, mesmo que reduzida.

Já nos grandes shopping centers, há a dúvida entre suspender o aluguel, cobrar o percentual referente aos dias trabalhados em março ou torná-lo isento. Em grande parte das empresas de shopping centers, o foco é preservar as lojas. Por isso, renegociação de contratos e flexibilização nas cobranças são obrigatórias nesse período.

Fazer concessões e não deixar fechar. Essas são os termos mais aplicados ao segmento no momento. E isso vale tanto para o grande lojista quanto para o pequeno varejista. Empreendedores falam em suspensão, cancelamento de contrato, isenção de aluguel ou cobrança proporcional em março.

O consenso, por ora, é parcelar o aluguel referente ao mês de abril, que será pago futuramente de maneira parcial ou integral, dependendo de cada empreendimento. Para os lojistas, a maior preocupação é honrar a folha de pagamento.

Tanto empreendedores quanto lojistas terão imensa dificuldade em suportar um período maior de paralisação. Já houve, inclusive, dispensa de parte dos funcionários e planos para fechamento parcial de lojas por algumas empresas.

O entrave para os shopping centers são as despesas fixas e obrigatórias. Por isso, o pagamento do condomínio torna-se quase que fundamental para sua saúde financeira. Profissionais em férias, banco de horas positivo para ser consumido depois e isenção de algumas taxas são algumas das medidas tomadas pelas administradoras.

A Páscoa já foi totalmente perdida. Empresas que estavam lutando para sair da recessão e se recuperavam agora, provavelmente afundarão. Empresas menores com investimentos grandes não devem aguentar por muito tempo. O medo, agora, é de algumas marcas não sobreviverem.

No segmento de atacadistas, embora a fase pareça menos grave diante do aumento de consumo de itens de cesta básica e estocagem de produtos, há a ameaça de saques e invasões.

Até o momento, houve um crescimento no consumo, porém espera-se uma queda, visto que muitas pessoas compraram itens para todo o mês. Produtos supérfluos como ovos de Páscoa, por exemplo, não estão no carrinho das famílias.

Uma das áreas que talvez mais tenha sofrido com o coronavírus e as medidas de quarentena foi a de fast-food. Embora haja a modalidade delivery, o que se percebe é que muitos consumidores têm medo de pedirem comida em casa por conta de possíveis contaminações.

Há, ainda, a falta de motoboys no momento e escassez de mão de obra. Estima-se que alguns franqueados, que já estavam sofrendo antes da pandemia, sequer consigam abrir suas lojas novamente. Muitas redes já demitiram funcionários e reduziram todos os custos com folha de pagamento.

A previsão é de que existam dois tipos de varejistas nesse segmento: as grandes empresas formalizadas e as pequenas informais. As médias, ao que tudo indica, terão sérias dificuldades.

Para os multifranqueados, a situação é semelhante. Franqueados menores e franqueadores pequenos talvez não tenham fôlego para superarem essa fase.

A dúvida entre isentar o franqueado de royalties é grande. Isso porque há muitos franqueadores que, se fizerem isso, quebram. Por isso, por ora, a orientação é para que os franqueados mantenham a folha. Se, no entanto, o fechamento das lojas se estender por mais um mês, ninguém mais conseguirá.

No Brasil, há cerca de 150 multifranqueados. Existe a necessidade de proteger o caixa com prioridades como mão de obra. Afinal de contas, a equipe é fundamental, especialmente após um período ruim, como foi o primeiro trimestre deste ano.

No setor de moda, a crise apresenta um desafio e obriga as marcas a driblarem a questão de sazonalidade e lançamento de coleções. A maioria das marcas tem tirado sua margem de lucro no lançamento das coleções online para fazer caixa.

Por ora, os empregos estão sendo mantidos, mas os pagamentos aos shoppings devem ser atrasados. Nesse cenário, o pequeno lojista tem mais condições de aguentar a crise do que o grande.

Haverá um realinhamento de coleções. Após a pandemia, o outono será estendido até a primavera. O Dia dos Pais, por exemplo, chegará em setembro e a coleção de primavera acontecerá no Natal.

O segmento de cinemas vive, literalmente, um filme de terror. Filmes adiados, cancelados e recomendações desde fevereiro de não frequentar locais fechados derrubou o faturamento das redes.

O cenário para o futuro também não é positivo, visto que, mesmo após a pandemia, poderá ser recomendado que as pessoas não permaneçam em locais fechados por um período. Além disso, não haverá período de férias de inverno no mês julho para estudantes – tradicionalmente, os meses de venda para o cinema.

Diante desse momento, a priorização é do pagamento da folha. Colaboradores estão em férias por ora, mas, se as paralisações continuarem, será necessário tomar outras medidas que impactem fornecedores e parceiros comerciais.

No setor de expansão de franquias, a fase é de total paralisação, como é de se imaginar. Estima-se que, em 2020, as redes não abram mais lojas.

O foco, por ora, é na área de treinamentos, que migraram para o Ensino à Distância. Cursos de aperfeiçoamento são a saída para as empresas de expansão varejista nesse momento de crise.

 

 

 

 

 

 

 

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