Para 57% dos varejistas brasileiros, a concentração de mercado no setor deverá aumentar nos próximos três anos, ao passo que a competitividade deve aumentar para 79% deles, segundo levantamento feito pela FGV com 529 executivos de varejo em todo o país.

Como consequência desse movimento, 45% dos ouvidos acreditam que a rentabilidade do segmento deverá diminuir, enquanto que, para 25%, ela pode aumentar.

Para Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da Gouvêa  um dos organizadores do levantamento, essa percepção é resultado em parte da dificuldade de pequenas e médias empresas em obter crédito, o que se acentuou durante a pandemia.

“Por mais esforço que tenha havido [por parte do governo] para liberar crédito, pequenas e médias empresas demoraram para receber os recursos e o receberam parcimoniosa, o que aumenta a vantagem de quem já era maior”, afirma ele.

A disseminação dos marketplaces de grandes varejistas, tendência que foi consolidada nos últimos meses, também pode reforçar esse efeito, visto que a informação sobre os consumidores fica consolidada com as empresas que operam as plataformas.

A percepção dos dirigentes de empresas varejistas também é de que os efeitos da crise devem permanecer pelos próximos anos: somente 32% dos entrevistados acreditam na possibilidade de que a renda do brasileiro aumente até 2023.

Apesar da discussão sobre a reforma tributária estar em andamento no Congresso, a maioria dos empresários do segmento vê como improvável a aprovação de um texto que simplifique a burocracia. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de agosto e 8 de setembro e apresentada durante o Global Retail Show.

“Sentimos que há o temor grande [do empresariado] de que se houver uma reforma tributária antes da administrativa, vamos perenizar um estado sobrecarregado com alta carga tributária”, diz Gouvêa.

Embora preveja o aumento da competitividade, o setor acredita que haverá menor internacionalização no varejo.

“As grandes varejistas estrangeiras que não têm presença no Brasil tendem a não entrar no país agora, em meio à crise. Pelo contrário, a maior do mundo [Walmart] saiu do país. Isso pode mudar daqui a um ano porque mercado consumidor brasileiro é grande e relativamente jovem”, finalizou o empresário.

Com informações do jornal O Globo.

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