Por Marcos Saad
Resiliência: este termo tem sido um dos mais utilizados nos últimos tempos.
Considero esta explicação uma das mais completas que encontrei:
“A resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse, algum tipo de evento traumático, entre outros. Sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades. Nas organizações, a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças estratégicas na pessoa para enfrentar a adversidade. Manter a imunidade mental é a base para criar resiliência emocional. O indivíduo condiciona a mente a tolerar os pensamentos assustadores e consegue esquivar-se do sofrimento ao entender que a dor fará, inevitavelmente, parte da trajetória da vida.”
Entendo que, para se praticar a resiliência, faz-se necessário gerar um ambiente propício, o que significa buscar o equilíbrio nas suas atividades diárias. Sua prática exige treinamento nas mais diversas atividades profissionais e cotidianas. A imunidade mental mencionada é consequência deste treinamento, e o trampolim que gerará a condição para a prática da “resiliência emocional”.
Recentemente, escrevi um artigo sobre os fenômenos “FLAPSI HAPSI” e o “FOMO” (fear or missing out). O primeiro consiste no impacto gerado pelo excesso de atividades e informações, que impedem o foco e geram confusão mental, desorganização e baixa produtividade. O cérebro fica totalmente ocupado, processando múltiplas pequenas informações não relacionadas entre si, e estes fatores acabam por comprometer a sua rotina e desempenho.
O segundo, conforme a própria denominação, é decorrente da ansiedade gerada pelo “medo de ficar para trás”. É a sensação de estarmos enfrentando o inimigo invisível e imprevisível, que tem nos levado a este sentimento de ter que participar de “tudo”, ou “quase tudo”, e não nos sentirmos desinformados. A maior consequência é o estresse e a falta de tempo disponível.
Antes de pensar na prática da resiliência, temos que buscar um ambiente externo que nos traga condições físicas e psicológicas, organizando ações cotidianas que gerem o equilíbrio necessário.
Por residir no exterior há mais de quatro anos, encontrei um ambiente social e de negócios que me proporcionaram esta condição, quase que não me gerando outra alternativa, senão rever os meus valores e prioridades, alterando de forma consistente a minha rotina.
Como tudo na vida, para que algo funcione, tem que ser simples. A agenda de cada dia, ainda mais nestes tempos de “home office”, tem que ser rigorosamente planejada e cumprida, mesclando atividades profissionais, atividades físicas e voltadas para a mente, momentos sociais e de lazer. A boa alimentação e o sono complementam esta fórmula, para a busca do equilíbrio entre corpo e mente. Para que tudo isso funcione, a disciplina é o principal ingrediente.
Não permita que a cobrança, competição e pressão vençam esta “batalha”. Vale a pena colher os resultados.
Quando dizem que “menos é mais”, que “quem muito trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro”, e “crise gera oportunidade”, dentre outras muitas expressões neste sentido, a prática endossa estas teorias.
Em um mundo em que as mutações se aceleraram, é imperativo a disponibilidade de tempo para estudo, pesquisa, reflexão e planejamento. Temos que repensar e reorganizar tudo, nossa vida pessoal e profissional e, igualmente importante, nosso modelo de negócio.
Inúmeros negócios desaparecerão, outros se transformarão, e outros tantos surgirão, porém, sem tempo, pesquisa e reflexão, não teremos a oportunidade de explorar esses nichos. A população mundial continua em crescimento, e as necessidades do ser humano apenas se adequaram a estes novos tempos. Cabe a cada um refletir sobre esta nova realidade e, principalmente através das diversas ferramentas de inovação, encontrar seu novo caminho da prosperidade.
Já disse Charles Darwin: “não são os mais fortes da espécie que sobrevivem, tampouco os mais inteligentes. Sobrevivem os mais flexíveis e adaptáveis às mudanças”.
Concordam em simplificar tudo isso em uma única palavra: RESILIÊNCIA?