Por Adriana Lima
Diretora de operações da rede Rei do Mate
Vivemos um momento de reestruturação e aprendizado no varejo. Os varejistas de alimentação – segmento em que atuo – têm o desafio de “fazer a conta fechar”, além de oferecer serviços de excelência e manter a qualidade dos produtos.
Ao pensarmos em expansão, podemos identificar dois cenários: shoppings consolidados e greenfields.
A principal vantagem dos shoppings é um público cativo, porém esbarramos em menor oferta de bons pontos, custos mais elevados e maior concorrência.
Por outro lado, os greenfields também oferecem alguns pontos que necessitam de melhorias. Há um mix de lojas menos elaborados, alta vacância desde a inauguração e menor oferta de empreendimentos. Os custos mais flexíveis, por outro lado, são um aspecto positivo.
Diante dessas duas realidades, surgem inúmeros desafios para redes como o Rei do Mate, que está presentes em todo o Brasil. Entre eles, podemos citar:
- Queda de fluxo de clientes;
- Excesso de concorrência;
- Análise do mix de produtos da loja;
- CTO adequado;
- Custos de estacionamento;
- Entrada dos marketplaces.
Driblar essas situações adversas não é fácil e, muitas vezes, sem a colaboração de grandes shoppings, as redes sofrem bastante para se manter no mercado.
Como, então, podemos trabalhar o ganha-ganha entre varejistas e shoppings?
Consigo identificar algumas oportunidades com base nesse cenário desafiador.
- A primeira seria o barateamento dos custos de marketing dentro do shopping. Dessa forma, as redes teriam mais “espaço de manobra” para lidar com os altos gastos com locações imobiliárias e taxas cobradas sobre as vendas dos produtos.
- Trabalhar os assuntos com maior clareza e evitar a alta rotatividade dos profissionais é outra iniciativa que traria benefícios nessa relação. Isso porque, quando você tem equipes bem treinadas e motivadas, seu atendimento, engajamento e serviço ficam muito melhores.
- Criar uma relação mais harmoniosa entre shopping, lojista e franqueadora é uma ação que traria ganha-ganha a todas as partes. Se existir um diálogo aberto entre elas, os resultados certamente serão melhores e haverá menos conflitos.
- Rever taxas condominiais em detalhes é outra medida recomendada, haja vista que, com o fortalecimento do e-commerce e dos aplicativos de entregas, as lojas físicas perderam espaço e, consequentemente, faturamento. Uma revisão de valores justa para ambas as partes ajudaria a evitar a migração de algumas marcas para outros espaços ou até o fechamento de lojas.
- Ouvir mais o consumidor final é uma abordagem indispensável no atual cenário dos negócios do varejo. Afinal de contas, é ele quem determina o que funciona, qual é a melhor solução, o que deve ser feito para atendê-lo melhor, etc. Se você ouve e implementa os desejos do consumidor, as chances de obter sucesso são muito maiores.
O trabalho em conjunto faz com que os negócios sejam mais saudáveis, rentáveis e renováveis. Com respeito aos dois lados e bastante diálogo, o ganha-ganha tem tudo para ser o futuro das relações no varejo.
Que tal experimentarmos essa abordagem para que todos obtenham excelentes resultados? Vale a pena tentar, não acha?