Por Mauricio Andrade de Paula
Sênior Business Consultant e Industry Advisor da Teradata. Professor nos cursos de pós-graduação/MBA da FIA e da UniUDOP

Expandir. Abrir novos mercados. Ganhar terreno. Progredir. Seja com a nova filial, a nova franquia, o novo quiosque ou a segunda lojinha. Os passos para sentir o sabor do sucesso sempre foram conhecidos por donos de negócios, clientes e concorrência.

Aliados à qualidade de produtos ou serviços, era, sim, necessário também ter uma boa dose de ímpeto e ousadia, talvez algumas pitadas de sorte e a mais genuína vontade de crescer.

Os tempos, porém, são outros. A era digital trouxe consigo aqueles sites chineses malucos que vendiam coisas absurdamente baratas. Uma livraria que de repente começou a vender de varas de pesca a vitaminas. Trouxe, ainda, um lugar capaz de ranquear os 30 preços mais baratos de determinado produto. E até mensagens que pipocam no meio de sites, no celular e na caixa de e-mails falando sempre a mesma coisa (parece até que sabem que você está querendo ir mesmo para Salvador nas próximas férias).

E essas coisas todas não pararam de se aperfeiçoar e influenciar cada vez mais no objetivo (para muitos tão natural e, para outros, tão árduo) de crescer. E-xpansão (grafado assim mesmo, com um E- na frente) não significa mais apenas abrir novas lojas, mas evoluir, se informar e se reinventar.

Hoje, é praticamente inconcebível não ter uma versão eletrônica da sua loja, não estar presente em alguma plataforma social, não interagir com o seu cliente virtual. Cliente virtual? Sim, seu cliente provavelmente nasce ou cresce em ambientes virtuais. É ativo. Tem acesso a outros inúmeros clientes. Faz propaganda da sua loja sem você saber. Tem acesso ao seu produto através de diversos canais e aos depoimentos de quem o consumiu. E precisa ser constantemente impactado.

Seus concorrentes também não estão mais na esquina ou no corredor principal do shopping. Eles estão à mão, num deslizar de dedos, oferecendo e-books de receitas em vez de só panelas ou lembrando sobre o jogo do time do coração em vez de só venderem camisas e chuteiras. Eles têm uma logística incrível e a entrega mais rápida que você jamais imaginou ter.

Para e-xpandir é necessário abrir a mente e extrapolar o que em algum momento foi classificado como exagerado, improvável ou sem cogitação. Refazer modelos de negócio, repensar a missão, a visão e os valores da empresa. Ampliar/reduzir portfólios e destrinchar seus nichos. Construir novas relações com parceiros, fornecedores, clientes, concorrência e mercado.

Então, prepare-se! A era da e-xpansão não quer que você pense que está crescendo só porque vai abrir mais uma loja. Ela está aí para mostrar que tanto aquele site chinês maluco quanto a livraria que até vende livros são o que há de mais atual, rentável e certeiro nesse novo conceito de varejo. E aqui já não importa mais se ele é virtual ou físico.

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É Diretor de Soluções para as indústrias de Varejo e Bens de Consumo na Capgemini Brasil e Argentina. Atua também como diretor vogal do IBEVAR, liderando os comitês de e-commerce e Marketplace. Professor em Cursos de Pós-Graduação e MBA na FIA e na UniUDOP, atuou durante toda sua carreira em grandes empresas, como provedor de serviços e soluções inovadoras, incubando iniciativas de negócio nas áreas estratégica, administrativa e operacional. Graduado em Engenharia Eletrônica, com pós-graduação em Criatividade e Inovação e MBA em Tecnologia, possui vasta experiência construída através de funções de liderança em empresas nacionais e estrangeiras.

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