Escrito por Marcos Hirai Especialista em Expansão & Pontos Comerciais
Membro fundador Portal NDEV
Ao final das mais tensas eleições da história do Brasil, temos enfim eleito um governo de extrema direita. As ideias
de direita estão associadas ao liberalismo econômico. Eles definem o livre mercado como o melhor modelo de sociedade com uma presença mínima do Estado.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem a grande chance de realizar um governo histórico se conseguir levar adiante
sua promessa de adotar uma agenda econômica liberal, sem surpresas nem choques. A partir de janeiro de 2019, o economista Paulo Guedes, será o superministro
da Economia. Sob o seu comando estarão os atuais ministérios da Fazenda, do Planalto e da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços. Favorável a uma ampla agenda de privatização das estatais, Guedes coloca como prioridade o fim do déficit fiscal e a redução da dívida pública. A reforma das reformas será a da previdência, a prioridade número 1. Porém, também
defende uma simplificação no sistema tributário, por meio de um único imposto federal, a manutenção do tripé econômico com regime de meta fiscal da inflação, ajuste fiscal e câmbio flutuante e medidas para estimular o empreendedorismo.
Se nos próximos meses estas medidas forem tomadas e aprovadas, teremos uma chance excepcional de promover mudanças
estruturais na economia brasileira. E isto terá consequências diretas para o varejo e o consumo.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o ritmo de crescimento até o fim do
ano de 2018, tem a expectativa de variação do volume de vendas para o varejo em mais de 4,5%. Para 2019, a projeção é de aumento de 5,2%.
Nas últimas semanas, dezenas de varejistas anunciaram seus planos de expansão para 2019. A Havan anunciou para o
ano que vem, R$ 500 milhões em investimentos na construção de 20 novas lojas e na ampliação e automação do Centro de Distribuição. O Grupo Madero que acabou de acertar a venda de 22% das suas ações por R$ 700 milhões, prevê a inauguração de mais 52 unidades
no ano que vem. Os números incluem os restaurantes Madero, Jerônimo (de apelo mais popular) e Vó Maria Durski focada em parmegiana. A segunda maior rede de frango frito do mundo, Popeyes Louisiana Kitchen, desembarcou no Brasil com uma meta agressiva de abrir
300 lojas até 2020 com um investimento de R$ 1 bilhão. A Petz, uma das maiores redes de pet shop do país, abrirá em 2019 14 novas unidades. A japonesa Daiso abrirá 14 novas lojas e sua primeira megaloja no país.
Esta pequena amostra, revela que, depois de 4 anos assombrosos para o varejo e o consumo, os empresários estão mais
confiantes na recuperação da economia. Tudo indica que o novo ciclo beneficiará diretamente o mercado de shopping centers e o mercado imobiliário comercial. Com a retomada das expansões varejistas, a vacância, que ainda está em altos patamares principalmente
nos shoppings abertos nos últimos anos (2013 a 2017) deverá baixar.; hoje existem 7.000 lojas vagas, segundo o Ibope Inteligência. Com os novos ventos soprando, consequentemente a indústria de shoppings deverá reativar os seus novos projetos de empreendimentos
e expansões, reativando de vez toda a cadeia do varejo.
A esperança é grande para o novo governo. Se esta janela de oportunidades for bem aproveitada poderá ser um passaporte
para transformar, definitivamente, o Brasil num país moderno. Torcida não faltará!
Escrito por Marcos Hirai Especialista em Expansão & Pontos Comerciais Membro fundador Portal NDEV