Por Marcos Hirai

É loja física, mas também é digital. Não vende pelo e-commerce, mas tudo acontece pelo aplicativo. E os produtos estão disponíveis na hora, sem entregadores. E sem atendentes nem caixas. Ah, e funcionam 24 horas por dia.

As primeiras lojas autônomas chegaram ao mercado brasileiro há apenas dois anos, mas foi com o advento da pandemia que este conceito começou a ganhar força e projeção. Seja pelas transformações decorrentes do consumidor, que se tornou mais integrado digitalmente, mais seletivo, mais leal, privilegiando conveniência e cuidados sanitários em ambientes touchless e cashless, ou por conta da indústria e das empresas de bens de consumo que buscam chegar mais próximos dos consumidores (movimento denominado D2C – direct to consumer) e, por fim, pela necessidade do varejo de aumentar capilaridade dentro da nova geografia que se forma diante deste novo mercado.

Para estes dois últimos, ter uma operação de comércio eletrônico e fazer entregas por delivery tem sido o caminho natural e quase mandatório para varejistas de todos os portes e tamanhos.

Na outra vertente, os lojistas digitais cada vez mais apostam em lojas físicas (movimento conhecido como O2O – online to offline) como estratégia de crescimento. Em ambos os casos, a multicanalidade se torna de fato o novo mantra do varejo. Para vender, é preciso conquistar o máximo de canais de vendas possíveis. As barreiras entre o físico e o digital deixam de existir e se tornam algo único. O momento do consumidor entende ser o modo natural das empresas se relacionarem.

Na junção do físico com o digital, as lojas autônomas provaram seu valor durante a quarentena. Nos Estados Unidos, a rede AmazonGo vive seu momento de auge nas cidades onde o isolamento social mantém reclusos em suas residências milhões de pessoas. Ao depararem com as compras online de itens de supermercados, estes serviços oferecem uma longa fila de espera. Em algumas localidades o tempo de entrega chegou a 9 dias.

Isto levou os consumidores a buscarem outras formas alternativas de compras por necessidade. Fazer compras na sua forma tradicional pode trazer riscos para a saúde. Você tem que ficar perto de outras pessoas na fila. Depois, há o ato de pagar. Você precisa passar no caixa com seu cartão ou dinheiro. Todas essas ações aumentam o risco de tocar uma superfície com o vírus. Na AmazonGo, estes riscos diminuem.

Aqui no Brasil, lançamos recentemente o projeto Omnibox, uma startup especializada em varejo autônomo incubada e desenvolvida dentro dos ecossistemas da Gouvêa e Grupo Bittencourt.

A proposta é unir o físico e o digital, numa rede de lojas físicas junto com varejistas e grandes marcas, sem a necessidade de atendentes nem caixas, com funcionamento 24 horas por dia e 7 dias na semana. Hiperconveniência na veia. Tudo gerenciado por um super app e muita tecnologia, em parcerias com grandes fornecedores estratégicos. Surge, assim, um novo canal de vendas totalmente integrado às lojas físicas tradicionais, ao e-commerce e ao delivery. Mas com alma própria.

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