Escrito por Marcos Hirai
Sócio-diretor da GS&BGH – Expansão & Pontos Comerciais
O Brasil de Bolsonaro aos poucos vai ganhando tração e resgatando a confiança dos empresários e executivos.
Com o discurso liberalizante, o novo governo tende a ser um grande propulsor de negócios com a promessa de acelerar as privatizações, a simplificação de tributos e a reforma da previdência social, além de uma série de medidas para encolher o Estado como nunca antes na história do País.
Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a confiança do empresário do comércio fechou o mês de janeiro com a quinta alta consecutiva e o melhor início de ano desde 2014.
A CNC revisou sua previsão de crescimento da economia em 2019 para um pouco acima do mercado: 2,6%. Além disso, espera aumento do volume de vendas do varejo em 5,5% para o corrente ano. Isso se reflete nas expectativas de abertura de lojas previstas para este ano – 23 mil!
A CNC também realizou uma pesquisa nacional com 6 mil empresários, mostrando que 42% dos varejistas estão dispostos a investir na expansão dos seus negócios. Isso significa ampliar lojas ou abrir filiais. No final de 2017, a mesma enquete indicou que apenas 38% pretendiam fazer expansões.
Crise no varejo e estimativas de melhora
A crise no varejo brasileiro teve início em 2014, quando as vendas encolheram 1,7% – o primeiro resultado negativo em 11 anos, na comparação com o ano imediatamente anterior, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos dois anos seguintes, o quadro se agravou, com o comércio apurando perdas reais de faturamento de 8,6% e 8,7% em 2015 e 2016, respectivamente, o que levou o setor a acumular retração de 20% nos volumes de venda nestes três anos. O saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos acompanhou, com alguma defasagem, a retração nas vendas, especialmente entre os anos de 2015 e 2017, quando o setor acumulou a perda de 226,7 mil pontos de venda em todo o país.
Consequentemente, a perspectiva de melhora da economia nacional e a redução gradual do nível de desemprego, combinados ao aumento na confiança de consumidores, movimentam toda a cadeia varejista: lojistas voltam a abrir lojas e, consequentemente, os donos dos centros de compras começam a planejar suas expansões.
Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), haverá alta de 380 mil m2 de ABL em 2019 com inaugurações e expansões. As vendas nos shopping centers do País também devem crescer 7,0% em 2019.
Se a projeção for confirmada, representará uma aceleração no ritmo de vendas do setor, que fechou 2018 com uma alta de 6,5%, totalizando R$ 178,7 bilhões. Também há previsão de abertura de 15 novos shoppings.
No ano passado, foram abertos 14, totalizando 563 unidades em operação no País. Em 2018, estavam previstas 23 inaugurações, mas parte disso foi adiada ou até mesmo cancelada em função dos solavancos da economia e do replanejamento dos empreendedores. Além disso, 3% dos shoppings têm obras de expansão dos seus espaços físicos em andamento, enquanto outros 13% pretendem expandir nos próximos dois anos.
Esta mesma posição também é acompanhada por empresários que investem em Strip Malls (centros comerciais de conveniência), que confirmam as expectativas positivas para 2019 reunidos na recém constituída Associação Brasileira de Strip Malls (ABMalls).
De fato, os próximos quatro anos vislumbram crescimento da economia brasileira, das vendas do varejo e, consequentemente, das expansões varejistas e abertura de novos centros comerciais. É a roda da economia brasileira voltando a girar com vigor!