O The Economist, importante veículo britânico, dedicou uma coluna sobre o crescimento do Mercado Livre durante a pandemia de coronavírus. De acordo com o artigo, o valor de mercado da empresa pan-latino-americana de comércio eletrônico e fintech dobrou para US$ 50 bilhões desde o início da crise.

O ponto principal da reportagem sobre a companhia fundada em 1999 por, entre outros, Marcos Galperin, MBA formado pela Universidade de Stanford, é sobre o futuro do Mercado Livre.

Mercado Livre: eBay latino ou aspirante a Alibaba?

Os dados divulgados pelo The Economist apontaram que as receitas de 2020 do Mercado Livre estão projetadas para US$ 3,2 bilhões, o que significaria prejuízo pelo terceiro ano consecutivo. Isso, no entanto, pouco importa. A questão principal é sobre o futuro da empresa. Seria ela uma versão latino-americana do eBay, mercado online norte-americano, ou uma aspirante a Alibaba, dona dos empórios online da China?

De acordo com a publicação britânica, há semelhanças nas operações do Mercado Livre tanto com o eBay quanto com o Alibaba. A coluna também aponta uma série de alinhamentos similares com mais um gigante online, a Amazon, e afirma que é o principal concorrente da empresa de Jeff Bezos no México.

O Mercado Livre já vale mais do que o próprio eBay, seu antigo mentor, que também usa sua plataforma para impulsionar empresas menores.

“Como a Amazon em seus primeiros dias, ela está preparada para abandonar os lucros de curto prazo para um rápido crescimento. Também desenvolve uma rede de logística. Mas, diferentemente do titã americano, raramente negocia por conta própria; seu negócio de comércio eletrônico recebe uma taxa de transações entre compradores e vendedores em sua plataforma”, diz parte do artigo.

“Dessa forma, assemelha-se à Alibaba, dona dos empórios on-line da China. Seu braço de fintech, o Mercado Pago, é vagamente modelado no Alipay, o sistema de pagamentos do Alibaba”, complementa o texto da publicação britânica.

Revolução digital

O dono da Alipay, sistema de pagamentos do Alibaba, anunciou no último dia 20 de julho planos de ações que poderiam custar US $ 200 bilhões. Ações como essa fazem com que os investidores do Mercado Livre sonhem com a perspectiva de um equivalente latino-americano.

Segundo o artigo, a principal atração no modelo de negócio para os investidores é “a promessa de uma revolução digital na América Latina”.

Os números mostram que, em 2019, menos de 5% das vendas no varejo na região ocorreram online, em comparação com 12% nos Estados Unidos e 20% na China.

Levantamento apontou ainda que metade de todos os latino-americanos não possui uma conta bancária, e que o medo de fraudes com cartões de crédito impediu o comércio eletrônico, assim como os “pesadelos logísticos” no Brasil, onde o Mercado Livre gera mais da metade de sua receita.

Segundo Pedro Arnt, chefe de finanças da empresa, no entanto, após investimentos em logística, a transferência online da América Latina foi “acelerada” por três a cinco anos nos últimos meses por conta da pandemia.

O The Economist explicou que, de acordo com o Barclays, um banco, o valor das mercadorias negociadas no Mercado Livre foi de US $ 30 por latino-americana no ano passado, enquanto que o equivalente para a Amazon em seus principais mercados da América, Europa e Japão foi de US $ 405.

As ameaças ao Mercado Livre

Segundo Arnt, há ameaças competitivas que podem impedir os planos de o Mercado Livre se tornar ainda mais gigante no setor.

A maior é a Amazon, contra a qual sua empresa travou uma batalha cara no México. Até agora, no entanto, a gigante de Jeff Bezos tem voltado seus olhos mais para a Índia do que para a América Central e do Sul.

Outra ameaça é que a pandemia de Covid-19 se alongue e obrigue mais varejistas físicos a construir suas próprias – e gigantes – redes online.

Esse cenário foi batizado por ele de “Império Contra-Ataca”.

A terceira ameaça é sobre pagamentos, seja na forma de concorrência de startups regionais de fintech ou do WhatsApp (ligado, talvez, às ambições de comércio eletrônico do Facebook, seu proprietário).

O suspiro em relação a essa ameaça veio em 2019, com uma injeção dos investidores de US $ 750 milhões do PayPal, um potencial rival, para ajudá-los a expandir os pagamentos digitais de suas empresas.

A confiança dos clientes pequenos e médios, é um alicerce para o Mercado Livre se apegar e continuar crescendo com quem quer trabalhar na plataforma.

Segundo o The Economist, quanto mais os moradores das regiões quiserem se inspirar e criar os próprios negócios para vender por meio do Mercado Livre, melhor para a empresa.

Com informações do portal Eu Quero Investir.

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