Inúmeros aprendizados, conclusão de processos já em andamento e adaptação em tempo recorde a uma nova realidade foram alguns dos aprendizados que grande parte das empresas teve no período de pandemia. Quando se fala em franquias especificamente, a melhor do relacionamento entre franqueador e franqueado é, sem dúvida, uma grande conquista.
Em conversa com o NDEV, André Friedheim, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), falou um pouco sobre a percepção que teve diante dos inúmeros desafios apresentados ao varejo, com o fechamento de shoppings e perda maciça do faturamento.
“O franchising é um recorte organizado do micro e pequeno empreendedor. No total, são 170 mil empresários com esse perfil, com média de faturamento de R$ 95 mil”, explica André. “Com a crise, houve um impacto enorme nesses negócios, exigindo uma intervenção da ABF para negociar com shoppings e associações varejistas”, completa.
Segundo ele, além de todas as conquistas já obtidas pelos varejistas, um ponto que se destaca mais do que os outros é a melhora do relacionamento entre franqueados e franqueadores. Unidos na crise, eles se tornaram mais fortes e colaborativos.
“O que tenho visto é que se criou uma janela de oportunidades imensa para o franqueador se aproximar dos franqueados. Essa foi a primeira grande lição. Nunca vi ambos trabalhando juntos, conversando todos os dias. Foi incrível”, explica André, enfatizando que, diante das dificuldades, os franqueados também aprenderam a analisar melhor o negócio e suas características.
“Esse ganho de eficiência é outro aprendizado. Muitos franqueados não sabiam o que era DRE ou lucros e perdas, por exemplo. Ele confundia contas pessoais com a empresa, mas, agora, todos começaram a olhar para dentro do seu negócio e reduzir gorduras, com uma gestão mais apurada”, complementa.
Diante da nova realidade, mais do que nunca, é importante adaptar modelos de negócio, formato e conceitos com foco na sustentabilidade. Segundo André, para garantir que esses objetivos sejam concretizados, mais de 80% das ações feitas na ABF são feitas em nome dos franqueados e não dos franqueadores, como muitas pessoas imaginam.