Por Luis Felipe Salles

Uma recente pesquisa do Google, em parceria com a Provokers, indica que a Black Friday já é conhecida por 99% das pessoas e a intenção de compra cresceu 58% em relação a 2018.

A consolidação da data no Brasil é comprovada por números sólidos e crescentes. Prova disso é outra pesquisa, da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), indicando que o valor esperado do faturamento é de R$ 3,45 bilhões, sendo 18% maior que a receita do ano passado com a estimativa de mais de 10 milhões de pedidos, com um ticket médio de R$ 1.330.

Tanto a pesquisa do Google quanto da ABComm afirma que a Black Friday é um evento focado em preço, sendo que esse atrativo pesa em 53% da tomada de decisão, onde o valor das mercadorias é o principal atributo de compra.

A notícia boa dessas pesquisas é que esse percentual que motiva a tomada de decisão vem caindo ao longo dos anos e a compra nas lojas físicas vem aumentando. O consumidor passou a entender que outros atributos, como confiança na loja, entrega, logística, experiência da compra e inovação ganham relevância, e passam a compor o racional da escolha.

A maior mudança que está prevista para este ano é a compra feita na web com retirada na loja física. Isso tem sido percebido como grande tendência do consumidor – fato que vem crescendo gradativamente ao longo do ano.

Poder retirar na loja o que foi comprado com desconto de acordo com o tempo do consumidor é muito melhor do que esperar o produto chegar em casa por vários dias.

Esta será a grande diferença e que pode dar maior impacto no aumento das vendas. Muitas redes de lojas nacionais que têm seus ambientes mais evoluídos no e-commerce estão com a integração bem feita com as lojas físicas, executando bem o modelo omnichannel. Estas marcas já estão mais estruturadas para a Black Friday e têm feito muita mídia para tornar a compra com desconto um prazer para o cliente.

Com a maturidade do evento, os consumidores já estão antenados e monitoram os preços dos artigos que planejam comprar, ou seja, não existe espaço para Black Fraude. O cliente está cada vez mais escolado.

A notícia da tendência de equilíbrio entre o online e offline é bem recebida pelos lojistas e empreendedores de shopping centers. Era o que todos almejavam para o aumento de fluxo nos shoppings, sendo assim, a evolução e experiência do omnichannel se torna mais visível.

A pesquisa do Google, feita com mais de 1.500 pessoas de vários Estados, indica que o número de compradores online deve ficar quase igual ao de compradores em lojas físicas:

Notícia relevante, pois o fluxo nas lojas vai aumentar em relação ao ano passado!

Esta é a primeira vez em que isso acontece na Black Friday, onde sempre o montante comercializado na compra online era maior do que a compra feita nas lojas físicas.

37% declararam que comprarão apenas nas lojas físicas e 38% apenas na internet. Aqueles que pretendem comprar pelos dois canais são 25%.

Isso mostra que o consumidor está entendendo que a Black Friday não é só digital, mas cada vez mais física, que a experiência e outras questões são importantes além do preço.

Outro motivador para o aumento do fluxo de negócios é a entrada de novos segmentos no evento, tais como lojas de serviços em geral, concessionárias de veículos, alimentos e bebidas, instituições de ensino, bancos, material de construção, autopeças e outros.

Tradicionalmente, a ordem dos produtos mais procurados na Black Friday é de artigos de informática, smartphones, eletrônicos e eletroportáteis, moda (vestuários, calçados tênis e acessórios) perfumaria e cosméticos e artigos para o lar.

Neste ano, a composição do mix prevista será tracionada por vários novos negócios, e isso demandará maior fluxo nas lojas em geral.

É importante, ainda, atentar para a preparação dos lojistas para o evento, com sensível melhora nos cenários de vitrines e mais sortimento no estoque. Já os shoppings centers investirão mais nas campanhas e apoiarão os varejistas nas mídias sociais a ambientação do mall, já que a data é considerada tão importante como o Dia das Mães, Namorados e Natal.

Agora, os varejistas já se adaptaram à data e fazem um “esquenta”, ou seja, são quase 15 dias de promoções gradativas, considerando o antes e depois da sexta-feira agendada.

A notícia da tendência de equilíbrio entre o online e offline é bem recebida pelos lojistas e empreendedores de shopping centers. Era o que todos almejavam para o aumento de fluxo nos shoppings, em face das novas ações.

Com a evolução da Black Friday, a experiência do conceito omnichannel se torna mais visível para os varejistas que são multicanais.

Nesse grande volume de transações no final de novembro, acontece um grande percentual de compras de antecipação de presentes de Natal, já que foi desenvolvido um hábito de o consumidor pesquisar boas ofertas de compra na Black Friday e esperar a data do Natal para presentear.

O nome Black Friday que teve origem nos EUA como “sexta-feira negra”, com o objetivo promocional de queima de estoque para desovar os encalhes numa época de crise há mais a de 100 anos. E a data foi escolhida na sequência do feriado do Dia de Ação de Graças, que coincide com a última sexta feira de novembro.

Somos brasileiros e não comemoramos o Dia de Ação de Graças americano, porém, não há como remar contra a maré da Black Friday e também da Cyber Monday (nome do evento de ofertas somente pela web). É um sucesso por aqui e o engajamento ganhou o mercado já tem quase dez anos.

Como se não bastasse, existe outra data no mesmo mês que já ganha corpo no Brasil no dia do 11 de novembro. Trata-se do Singles’ Day (Dia do Solteiro), criado pela gigante do comércio eletrônico Alibaba.

Neste ano, somente em um único dia, a empresa teve vendas globais equivalentes a quase duas “Black Fridays” dos Estados Unidos. Foram 38,4 bilhões de dólares, incluindo clientes do Brasil. A data teve alta de 50% em relação ao ano passado, chegando a 150 pedidos por minuto, segundo dados divulgados pela empresa.

Temos mais um desafio pela frente: se o 11/11 ganhar força no Brasil, as vendas online sobem em detrimento às das lojas físicas, neste período. Porém, o fator “logística” ainda é um entrave, já que os produtos da China demoram muito para chegar.

Semana do Brasil – Nosso 07 de setembro

Incentivada pelo governo e apoiada por todas as instituições de varejo e de shopping centers, a “Semana do Brasil” teve sua primeira versão neste ano, com um início singelo. Creio que seja melhor para nosso calendário de varejo um evento de descontos em setembro – mês sem atrativo específico. Assim, as promoções não atrapalhariam o Natal com a antecipação das compras.

Espero que haja espaço para a Semana do Brasil se desenvolver. Seria muito bom para o varejo a data emplacar no calendário, independentemente de diminuir ou não as vendas da Black Friday.

 

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